Muito se fala sobre cultura
organizacional, mas muitas pessoas não sabem definir com exatidão o que esta
expressão significa. É comum ouvirmos pessoas dizendo: “a cultura daquela
empresa é muito rígida”, “não me identifiquei com a cultura desta organização”
ou “nossa cultura foi perdida após a fusão”.
Cultura, em seu sentido
antropológico, diz respeito aos valores, crenças, hábitos, costumes, símbolos,
valores éticos e morais adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Neste
contexto é importante destacar que ao longo do tempo a cultura sofre mudanças. Alguns
traços se perdem, outros tomam lugar.
Quando falamos sobre cultura
organizacional nos referimos aos valores, princípios, crenças, políticas,
sistemas, símbolos, etc. de uma organização. Podemos afirmar que cultura
organizacional é o jeito de ser e fazer de uma organização. Esse “jeitão”
influencia diretamente todos os colaboradores e fornece premissas que orientam
e guiam atitudes, comportamentos e mentalidade. Ela é dinâmica e também sofre modificações
ao longo do tempo. Destaca-se, por exemplo, a influência que a cultura
organizacional exerce sobre a tomada de decisão e sobre as mudanças
organizacionais.
A partir deste conceito e ponto
de vista, temos a exata compreensão do impacto da cultura organizacional em um ambiente
de fusão ou aquisição, ou seja, em um ambiente de mudanças. É muito comum
encontrarmos profissionais resistentes às mudanças. Muitos estão acostumados a
viver tanto tempo naquele ambiente que nem se dão conta dos benefícios que poderão
existir em um processo de mudança organizacional. Lair Ribeiro costuma dizer
que quem sempre viveu em terreno de peru nunca aprenderá a voar como uma águia
e talvez nem saiba que existam águias voando pelo espaço!
É justamente neste aspecto que o
gerenciamento da cultura organizacional será fundamental para a condução das
mudanças. Neste processo, muitos paradigmas (conjunto de regras, modelo) são
quebrados ou desfeitos e os profissionais da organização podem aceitar as
mudanças de maneiras diferentes. Alguns de maneira positiva, proativa ou até
mesmo negativa.
Lembro-me de ter atuado com
cultura organizacional em uma grande empresa brasileira em meio a uma fusão de
proporções gigantescas. O trabalho realizado foi muito estratégico e comprometer
os gestores neste processo (a partir da alta direção) foi fundamental. Sem
falar das parcerias indispensáveis com o Departamento de Recursos Humanos e com
a Comunicação Interna. É claro que em meio a este processo de transformação
cultural, alguns se identificaram com o novo jeito de ser e fazer e seguiram em
frente. Outros, na maioria das vezes e por decisão própria, saíram.
Portanto, a cultura
organizacional não pode ser negligenciada pelas organizações que almejam
crescimento e profissionais engajados. Seu impacto no clima organizacional é
real e se o ambiente for de mudanças, um alerta deve ser acionado! Olho na
cultura e clima e outro nos talentos internos, pois um talento perdido pode gerar
um grande prejuízo para a organização. Reter talentos e mobilizá-los para uma “causa”,
sempre será o mais coerente a fazer. Identificar, recrutar, treinar e mobilizar
dará muito mais trabalho, além do alto investimento necessário.
Afinal, o que move as
organizações são as pessoas mobilizadas em torno de um mesmo objetivo. Sem elas
não existe cultura, não existe mudança e não existe sucesso, somente paredes.
Um abraço!
Wagner Oliveira é consultor, escritor e palestrante.
Seus artigos podem ser encontrados no seu site: www.palestrantewagneroliveira.com.br
Facebook: Palestrante Wagner
Oliveira