Me recordo bem da primeira vez
que tive que falar em público. Era um pequeno grupo de pessoas. Esta
experiência ocorreu há mais de 13 anos, em uma pequena igreja no sul de Minas
Gerais. Preparei meu sermão exaustivamente durante semanas e confesso ter
conversado com o espelho dezenas de vezes (apesar de ter sido um monólogo, foi
uma experiência interessante, só não recebi feedback...). Durante os poucos
dias que antecederam minha apresentação, eu só sonhava (literalmente) com esse
momento.
Para alguns um belo sonho, para
outros um verdadeiro pesadelo!
Bom, naquela tarde na pequena
igrejinha apresentei meu sermão, construído de maneira muito simples, mas com
um conteúdo e ilustrações que atraíram a atenção do meu público. Quando terminei,
perguntei logo para meus amigos ali presentes: “Como me saí? Fui bem?” A
resposta foi unânime: “Claro! Você foi excelente! Acho que nasceu mesmo pra
coisa!!!”
Falar em público tornou-se então
uma das minhas paixões (as outras são meus filhos e minha mulher, só para
deixar claro aqui...rsrsrs). Sinto-me à vontade, sinto-me bem ao poder dividir meus conhecimentos
e experiências, contribuindo para o crescimento do grupo ali presente.
E você? Fica com um frio na barriga só de pensar em falar em público?
De estar diante de uma plateia?
Uma boa notícia: você não é o
único! Você sabia que mesmo os melhores oradores e palestrantes sentem um friozinho na barriga
em suas apresentações? Com a prática, normalmente este friozinho diminui, mas
nunca é eliminado. Digo que os primeiros 2 a 5 minutos são os mais tensos
para qualquer orador ou palestrante.
Pesquisas americanas e brasileiras
comprovam que falar em público é o que gera mais medo nas pessoas. Inclusive
mais medo do que altura, insetos, doenças, morte, solidão, escuro, entre outras
coisas.
Mas também quero dizer-lhe que falar em
público é uma das competências mais essenciais para os profissionais
de qualquer organização!
Portanto, se você quer crescer em
sua carreira, alcançar postos de liderança, etc., saiba que inevitavelmente
você terá que falar em público para expor suas ideias, inspirar seus liderados
a atingirem um determinado objetivo, realizar reuniões com certa frequência,
etc.
Bom, e o que fazer para aprimorar esta habilidade?
De maneira bem sucinta, segue
6 dicas preciosas para você se dar muito bem nesta área:
1º - É preciso se planejar. Planeje o que vai falar e como vai
falar. Para isso, domine o assunto. Nada pior do que ouvir pessoas que não têm
domínio do tema que estão apresentando. Seja capaz de falar sobre ele
naturalmente, mesmo sem apoio de materiais.
2º - Construa seu discurso de maneira organizada, com início, meio e
fim. Desta maneira, seus ouvintes poderão acompanhar sua linha de
raciocínio e entender a ideia ou proposta central. É interessante que você
inicie seu discurso com um “quebra-gelo”, ou seja, conte uma breve história,
algum acontecimento corriqueiro, preferencialmente que você tenha vivido e que
tem relação com o tema a ser desenvolvido. Isto reduz o stress e a ansiedade
inicial.
3º - Conheça sua platéia. Qual é o perfil das pessoas que
participarão da sua apresentação? De onde são, qual a faixa etária,
experiência, escolaridade, necessidades, etc.? Quanto mais conhecer, melhor é,
pois assim você poderá falar a linguagem dos seus ouvintes. Não adianta
construir uma apresentação recheada de termos técnicos ou expressões
demasiadamente complexas se o perfil da sua platéia é outro. Esse pode ser um
erro fatal, porque comprometerá seu objetivo final!
4º - Enriqueça sua apresentação com ilustrações. As ilustrações são
como janelas abertas em um discurso ou palestra. Elas fazem com que os ouvintes
compreendam de maneira mais clara e simples determinados assuntos ali abordados.
Elas funcionam como cola na mente das pessoas! Mas cuidado! Não incremente sua
apresentação com piadas de mau gosto, histórias que ridicularizem determinado
grupo social, etc. Há histórias fantásticas que não são obrigatoriamente
piadas! Existem boas e más piadas. Além disso, busque ilustrar com situações que você mesmo tenha vivido.
Isto cria mais credibilidade ao seu discurso.
5º - Cuidado com a entonação de voz e vícios de linguagem. Há
pessoas que se descuidam neste aspecto. Já iniciam a apresentação com um tom de
voz muito alto, praticamente gritando, imaginando que esta é a melhor maneira
de causar impacto logo no início da apresentação. Particularmente não
consigo permanecer 10 minutos na platéia com um orador ou palestrante assim! Quando
me esforço muito (e diga muito nisso) e permaneço até o final, vejo o desespero
do apresentador para manter sua entonação, pois a essa altura do campeonato, a
sua voz sumiu! A voz some e com as dezenas de goles de água que ele bebeu, vem a imensa
vontade de ir ao banheiro! Que situação! Como se não bastasse, há aqueles que
não utilizam as pausas de maneira estratégica em suas apresentações. Por exemplo, após uma
frase que você quer destacar, dê uma pausa, deixe o silêncio no
ar... Não faça como muita gente que complementa seu lapso de memória com um
“hum”, “então”, “é...”, “entende”, etc. Já presenciei pessoas ao meu lado
contando o número de “é...” que uma oradora pronunciava em sua apresentação.
6º - Conclua sua apresentação com chave de ouro! Apresentação que
não provoca ação na platéia, não atingiu seu objetivo principal! Qual é o seu
objetivo ao discursar? É no encerramento que você poderá utilizar frases de
impacto, figuras, vídeo, etc., que estimulem seu público a “comprar sua ideia”
e a agir! O início de toda apresentação deve ser contagiante e o final
impactante!!! Portanto, desenvolva uma bela conclusão e você verá os
resultados!
Se quiser saber se está
praticando estas 6 dicas, pergunte para seu espelho (apesar de não dar
feedback, ele lhe servirá como ótimo instrumento para treino). Apresente seu
discurso para um amigo ou parente (aconselho não envolver sua sogra nisso...
seu discurso poderá se tornar um debate!). Filme sua própria apresentação e
depois veja onde poderá melhorar.
E lembre-se sempre: desenvolver
esta competência será fundamental para seu sucesso!
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Abraços! Até a próxima!
Wagner Oliveira
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